Em 1937, Werner retorna ao Brasil, onde se estabelece, atuando
inicialmente como representante comercial de empresas alemãs.
No ano seguinte, seu irmão Geraldo diploma-se na Alemanha
em fotografia e, em 1939, migra também para o Brasil, já
como representante do sistema de fotocromia Bermpohl. Geraldo,
que após a chegada em São Paulo trabalhará
por um período na Fotóptica, associa-se em seguida
ao irmão criando a Fotolabor (1).
Estabelecidos na Avenida São João, próximo
a praça do Correio, atuam em áreas como fotocópias,
fotografias em porcelana e produzindo imagens para catálogos
de empresas industriais e comerciais. O mercado de fotocópias
tornava-se gradativamente uma fonte de renda importante, no qual
tomará parte nos anos seguintes um dos segmentos da família
Arroyo, proprietária da Cinótica.
Essa configuração adotada por empresas fotográficas
na primeira metade do século reflete as dimensões
do mercado e as sazonalidades de cada segmento. Alguns estúdios
especializados, por exemplo, em retratos para formatura, um nicho
promissor para vendas, tinham necessidade de contrabalançar
a concentração de pedidos no segundo semestre atuando
em outros setores. A produção de catálogos
industriais e comerciais apresentavam, segundo depoimento de Werner
Haberkorn, uma concentração de pedidos entre fevereiro
e agosto. A variação no múmero de serviços
de laboratório por sua vez obedecia a outro padrão.
No início dos anos 40, a Fotolabor passa a editar
postais. Primeiro, da forma usual, em cópias fotográficas.
A formação técnica como engenheiro de máquinas
permitiu que Werner desenhasse seus equipamentos para processamento
automático. A demanda cresceu e permitiu empregar até
40 funcionários entre fotógrafos, laboratoristas
e operadores. Os temas eram cenas urbanas do Rio de Janeiro e
São Paulo, hotéis e estâncias, artistas e
futebol. Estes dois últimos itens indicam como o formato
postal ganhava espaço como veículo de apoio a grandes
esquemas de entretenimento.
O mercado de postais ao final dos anos 40 apresenta-se, aparentemente,
em expansão refletindo o crescimento da cidade de São
Paulo, centro industrial e migratório em desenvolvimento.
A concorrência exige assim a adoção contínua
de novos diferenciais. Ainda nos anos 40, Werner, por exemplo,
passa a oferecer séries de vistas aéreas da cidade.